quarta-feira, 28 de março de 2018

A FÉ QUER SAIR DO MEU CAMINHO

A FÉ
QUER SEGUIR OUTROS RUMOS
QUER FESTEJAR EM OUTROS CANTOS
QUER EXPERIMENTAR OUTROS MANTOS

E EU....QUE VIVIA NO SEIO DA FÉ
PARO PARA PERGUNTAR:
DÁ PÉ, ANDAR SEM FÉ?
NÃO DOU FÉ,

EM FÉ DA QUAL
FICO MEIO MAL...


sexta-feira, 23 de março de 2018

SÓ - RIA

Teu sor-riso
pôs um sol
no minha solidão.
só, senti
um poema
na ponta
de tua feição.


segunda-feira, 19 de março de 2018

Entrevista publicada no Kaieteurs News - Guyana






























https://www.kaieteurnewsonline.com/2010/02/07/bridging-guyanese-and-brazilian-literature-part-2/

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Olhe para quem te acolhe, nunca mendigue atenção


                                               Miguel Nenevé e Vera Flores

Enquanto  observamos o fluir das águas amazônicas, às vezes meio revoltas, às vezes mais calmas, provocando um sussurro com seu movimento em direção ao mar ou para um rio, podemos observar a vida a correr, fluir, passar em busca de algo a mais....Assim, se enlaçam os relacionamentos sejam eles amor ou amizades. Fluir como o rio é contornar obstáculos que surgem em nossa vida, é desapegar-se do que nunca deveríamos ter nos apossado, é levar conosco o que nos pertence e deixar se for necessário. É permitir que alguém entre em nossa vida e esteja livre para sair.
O rio nos faz ficar pensando sobre o apego, sobre pessoas, sobre o amor, amizade e liberdade de fluir como as águas. Centramos nossa reflexão no apego, porque de certa forma já vivenciamos isso. Quem não teve problemas para deixar que as águas fluíssem ? Temos às vezes dificuldades em promover  o  “Des-apego”. Desapegar-se é desenvolver-se emocionalmente rompendo os vínculos que nos limitam; é tomar consciência de que a minha felicidade não depende do outro. Sentir a necessidade de ter o reconhecimento de outras pessoas é um tipo de apego chato, e vai colaborando para perdermo-nos de nós mesmos.
O apego, portanto, pode ser justamente esta dificuldade de deixar fluir, esta vontade de segurar a água, isto é, algo que deve ir, esta luta para que as águas não fluam como deveria ser. Pode ser o deslumbre por algo ou por alguém. Ficamos numa situação em que insistimos em preencher vazios com a vida de outra pessoa sem perceber que precisamos descobrir em nós mesmos o que nos falta. As expectativas criadas em relação à outra pessoa podem gerar frustrações, com certeza. 

Por isso neste caso, estamos nos referindo especificamente ao apego a alguém, a uma pessoa.  Às vezes, admiração exagerada a quem quer que seja leva-nos a não perceber que as águas devem fluir para outros lados, faz-nos cegos a nós mesmos e ao nosso fluxo de vida. Isso pode acontecer em casos de querermos suplicar e até mendigar uma atenção. Toda vez que isso acontece, sem dúvida, há uma submissão, que se torna um obstáculo no curso normal da nossa vida.
Sabemos que ninguém é inferior a ninguém, que todos são iguais, que todos têm sua qualidade, que cada um tem o seu curso, que cada um pode ser comparado a um rio que desliza para o mar. Sim,  isso todos sabemos. Por uma lógica perversa, no entanto, por um ato inconsciente, muitas vezes a pessoa de quem pedimos atenção se julga superior e acaba menosprezando-nos, julgando-nos sob seu domínio e diminuindo nossa capacidade de pensar, de agir, enfim cegando-nos às nossas qualidades e até à nossa inteligência.

Ninguém pode nos menosprezar tanto quanto nós mesmos. Além disso, parece ser uma característica do ser humano  desprezar quem lhe super valoriza, de invalidar quem ele toma como certa uma dependência. Tomar como garantida uma atenção ou uma dependência pode levar-nos a desprezar a atenção, os favores e tudo o mais que recebemos da outra pessoa. A pessoa que acaba se julgando “superior” por solicitarmos sua atenção vai sempre mostrar indiferença para conosco. 
Insistir em querer ser prioridade na vida de quem nem consideração nos oferece , solicitar ou até mendigar atenção desta pessoa, com certeza só pode alimentar mais ainda  o desprezo da pessoa por nós. E isso pode nos afundar na baixa auto-estima. Lembremos o que  dizia Carl Sandburg,“ O tempo é a moeda da sua vida. É a única moeda que você tem, e só você pode determinar como ele será gasto. Tenha cuidado para não deixar outras pessoas gastá-lo por você”. Por isso, desapegue de quem já não te dá atenção, deixe o rio fluir (deslizar)... luir (acenar)

domingo, 24 de dezembro de 2017

Os Natais e os espinhos

                                                               M Nenevé

Sim, ´”é preciso tirar os espinhos da estrada, se não o velhinho do Natal não vem” dizia minha mãe.  Era isso que ouvia  quando eu era criança, guri criado no campo. Morando bem no interior de Santa Catarina, onde nem energia elétrica chegava, nossa casa era rodeada de pinheiros do tipo araucária, que continuamente derrubam suas “folhas” isto é os espinhos ou, como diziam alguns, a “grimpa” ou ainda o “sapé”. A coisa mais triste que poderia acontecer era o Papai Noel não poder chegar em nossa casa e não poder dar os presentes porque a estrada não estava limpa, porque havia espinhos no caminho. Então a tarefa dos meninos era tirar os espinhos que eram obstáculos para o Papai Noel. Depois ainda passava-se uma vassoura, daquelas feitas de ramos de árvore, a maioria das vezes de um arbusto chamado “camboim” para deixar tudo bem limpo mesmo.  Era uma tarefa árdua, mas valia a pena, pois a recompensa com certeza viria:  o Papai Noel chegaria sem nenhum obstáculo, sem ferir sem pés nos espinhos.

Hoje depois de tantos e tantos Natais vividos, celebrados, lembrados sinto que as recordações mais fortes são aquelas da “preparação para o Natal.” Alguém já disse que  o melhor da festa é a véspera e era isso que a gente sentia. Aquela expectativa do Papai Noel. A sua chegada era um sonho! Quanta arrumação na casa, quanta limpeza, quanto tempo investido para tudo ficar bem limpo, bem preparado para que o Papai Noel  aparecesse e gostasse, se agradasse de tudo. Como minha tarefa era “tirar os espinhos”, amontoá-losem um canto e queimá-los depois, esta é a lembrança que desce agora firme, mas suave como a chuva que escorre pela janela e parede nesta véspera de Natal chuvoso em Rondônia.

Esta memorável atividade de limpar o caminho também me proporciona outra reflexão, me estimula a pensar na metáfora dos espinhos. Que tipo de espinhos eu tenho que tirar hoje para que o Papai Noel chegue, para que o espírito de Natal realmente visite meu coração, para que habite mesmo em minha alma? Quais os espinhos mais duros, mais doloridos, que podem impedir que o velhinho chegue e não deixe que o Natal aconteça? Às vezes, no decorrer do ano, a gente vai deixando que alguns sentimentos ruins, algumas revoltas, algumas mágoas se endureçam. Elas se tornam espinhos se a gente não as eliminar enquanto estão maleáveis...E aí, se deixarmos o espinho no caminho....não recebemos o bom velhinho. Tirar os espinhos, perdoar o que incomoda, deixar agradável o caminho a perseguir. Aí, sim , o papai Noel e o Natal vem, com certeza.

"Sim, é preciso tirar espinhos". . A chegada da Vida de Esperança, da Confiança, do  Entusiasmo não podem ser impedida por causa de espinhos na alma, de sentimentos ruins. Sim  o esforço que fizermos para limpar a estrada, para tirar os espinhos, vale a pena.

Todos temos espinhos, sem dúvida, pois até a Rosa os tem. Saber achá-los, observá-lo e tirá-los do nosso caminho para que venha o espírito da paz, da alegria e da harmonia do Natal é a nossa tarefa. E que a tarefa de tirar os espinhos nos ajude a crescer na aprendizagem da vida.

                               Guajará-Mirim upon Mamore, on the the Christmas Eve.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

anjo implorante


Clamo
por nova
chama
para aportar
um sujeito
que ama.

Chamo forças
de todos os cantos
de vivos e mortos
para dar conforto
a um coração
....
E  a força maior
vem do interior
na minha solidão

A maior estrela
 posso ve-la
em tradução...
do que vivo
dentro de mim

a luz a brilhar
nem no céu
nem no mar
mas aqui
 no meu chão...

Esta é a força
que quero  manter
para vingar, crescer
junto ou sozinho
e aquecer...
meu sonho
meu ninho...
além e acima
do sim e do não.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Quando a Polícia é mal preparada o sadismo se extrapola.



Não gosto de repetir conceitos reiterando que a policia é violenta, mal preparada e mal-educada. Longe de mim querer reforçar este discurso generalizador! Há vários exemplos de bom comportamento da polícia de um modo geral e de policiais de um modo particular. É inevitável reconhecer até certos casos de heroísmo entre estes policiais. A Polícia de modo geral dá mais segurança ao cidadão e revela espírito de solidariedade e respeito para com todos.  Gostaria, no entanto, de comentar fatos particulares, presenciados no interior de Campo Alegre, que revelam  policiais mal preparados e mal educados, sem  demonstração de bom senso.

No interior do município de Campo Alegre, mais comumente na comunidade de Bateias de Baixo, local de povo humilde e trabalhador alguns policiais de trânsito realmente se excedem no exercício de sua função. Talvez por menosprezar a inteligência do povo mais ordeiro, mais humilde e mais inocente, os policiais se julgam os donos do mundo, acima de toda a lei e imunes a qualquer punição.  Atitudes grosseiras, abordagens ríspidas e abrutalhadas parecem ser  comuns. E o revoltante é que quanto mais frágil aparentar a pessoa abordada mais animalesca e insultuosa é a abordagem. Sim, insultuosas abordagens.

Qualquer cidadã ou cidadão de bem é motivado a ficar muito revoltado com atitudes grossas e brutais na hora de abordagem.  Quando policiais tratam as cidadãs e o cidadãos de bem , antes de qualquer coisa, como se fossem criminosos, não há como não se revoltar.  Parece que a lei destes policiais é  “a principio todo mundo é bandido até que se prove o contrário.” E para provar que é inocente a cidadã ou o  cidadão tem que aguentar aquelas ordens esdrúxulas e estúpidas com extravagância de autoritarismo sem necessidade.   Isso ao menos o que presenciei no interior de Campo Alegre, em Bateias de Baixo. Talvez em outros locais, nas cidades onde os policiais não se julgam tão altos em sua autoridade isso não acontece. Mas deveria  deveria ser justamente o contrário: quanto mais humilde, mais visivelmente trabalhador o povo, a abordagem deveria ser o mais tratável possível. 

Ao observar policiais falando com brutalidade e dando ordens agressivas a uma mulher para que mostrasse todos os equipamentos de segurança do carro, eu me indagava: será que eles teriam coragem de falar desta maneira com um homem em na cidade? Ou pior: será que teriam coragem de falar assim com um bandido?  Qualquer pessoa de bom senso pode perceber quem é cidadão de bem.  No entanto, para estes policiais parece que quanto mais humilde e frágil mais eles tem o prazer de soltar sua  grosseria, indelicadeza e rudez. Se quem estiver ao volante  for mulher, as atitudes são mais agressivas ainda. Este tipo de  atitude  revela covardia, com certeza.

Não é necessário  ser psicólogo nem entendido em sociologia para saber que a violência gera violência ou no mínimo revolta. Um povo educado, trabalhador, do bem, recebendo  abordagens malcriadas, ríspidas e mal-educadas, é estimulado à revolta e desrespeito para com a polícia como um todo. Uma criança que observa o jeito que sua mãe ou seu pai foram tratados sem motivo algum, logicamente vai aprender cedo  que a polícia  é bruta, ignara e insultuosa. O treinamento destes profissionais deveria ser justamente motivado pela segurança do povo, para o bem estar da população pelo respeito aos cidadãos. Será que eles ouvem isso em seus treinamentos? Ou será que ouvem somente que têm que ser agressivos, boçais e malcriados, tratando todos como bandidos já na primeira abordagem?


Este nosso conhecido  “Paraíso da Serra”,  destino  de muitos visitantes que amam o seu clima e sua natureza , que apreciam a acolhida de um povo humilde e trabalhador , que admiram as suas montanhas  e trilhas ecológicas, e todo seu cenário é orgulho para todos. NO entanto, os visitantes podem ficar decepcionados com o comportamento de policiais enviados para esta região. Com certeza, todos, moradores e visitantes merecem uma polícia mais educada!
                                            (M Nenevé)