segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia Internacioanl da Mulher. Celebremos com "l´ecriture feminine"

Nós, mulheres
Rose Siepamann

“To comprehend a nectar/ Requires the sorest need." (E Dickinson)

Relendo um jornal antigo que encontrei enquanto fazia faxina em uma das gavetas da cômoda, notei surpresa que a autora era a consagrada Isabel Allende. O jornal é “POPULAR Newspaper” edição do dia 21 de Abril de 2010 que é vendido em todo Estado de Colorado. O artigo tem como titulo: Carta de una Mama a Sus Hijos” . Tentarei repassar a mensagem porque apesar de obvia, é importante as vezes que alguém ou algo nos lembre o que é ser mãe. Assim começa Allende: Siempre que quieren hablar de madres en la television muestran mujeres con chicos en los brazos, sonrientes, dulces, carinosas, sin una pizca de cansancio, esplendidamente maquilladas y a eso agregan maravillosas frases de posters. !! Mentiras!!!
Quem já é mãe ou mulher já sabe que a autora tem toda razão. Usando a linha de raciocino ainda de Allende: Nos mães não somos mulheres abnegadas amantes do sacrifício, guerreiras sempre. Nos mães choramos abraçadas a almofada quando ninguém esta por perto pra nos ver, pedimos peridural na hora do parto para amenizar a dor, detestamos ter que colocar o despertador as duas da manha pra buscar o filho na festa. Não gostamos quando a professora baixa a nota dos nossos rebentos só porque ele(a) não sabe onde fica o Aconcagua, afinal a quem isso importa? Mas, não podemos dizer nada!!!
Não é que adoramos ficar horas na cozinha pra preparar um peixe que não tenha cheiro de peixe e dissimulando os legumes e as verduras pra que nossos filhos comam e cresçam como deve ser.
Não é que nos preocupemos se estão na chuva ou não, é que não queremos que adoeçam. Não é que los amamos mais quando se banham... é que não queremos que os outros os chamem de “sujinhos” .
Mãe não tem a ver com fraldas, gravidez e sorriso de aspirante. Tem a ver com Querer a Alguém mais do que a nos mesmas. É fazer qualquer coisa para evitar que vocês filhos (as) sofram... nada, nunca, jamais.
Quando chegam correndo porque se machucaram o pezinho, permitindo que nos demos consolo, quando nos fazem um elogio, nos fazem melhores.
Ate passamos a cantar as canções da Xuxa ou ouvir rock em alto volume mesmo que estes estilos passam longe do nosso gosto musical. Estudamos a tabuada repassando umas 500 vezes para que aprendam, vamos ao futebol, as festinhas de crianças, ao balé, ao teatrinho da escola, ao medico, ao dentista, comprar calças, uniformes, mochilas, borrachas coloridas e jogos de “play station”.
A cada manha lavamos o rosto ou saímos do banho com um sorriso de orelha a orelha para fazê-los saber que a vida é boa, mesmo que as coisas estejam indo de mal a pior.
Buscamos outro trabalho, compramos livros, estudamos, vamos ao psiquiatra, ao pediatra, negociamos com os credores e com os professores, ajudamos no dever de casa. Embelezamo-nos, nos irritamos, rimos, choramos de bruxas nos convertemos em fadas, somente para vê-los felizes. Vê-los felizes nos faz felizes. Que bom seria se pudéssemos em apenas um estalar de dedos fazer com que o mundo fosse melhor!
Obrigada filhos por nos fazerem tão importantes.
Obrigada pelos abraços e beijos, pelos dentes de leite, pelos cartões e cartinhas com desenhos dependurados na geladeira. Pelas muitas noites sem dormir, pelos boletins, pelas plantas quebradas no jardim durante os jogos de bola, pelo meu estojo de maquiagem arruinado, pelas fotos das festinhas de São João.
Tudo isso são nossas medalhas! Obrigada pelo teu amor. E é isso que nos faz grandes,