terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ao  OTÁVIO NENEVÉ NA SUA DESPEDIDA.

                                    (Miguel Nenevé)

Para homenagear seu Otavio
Peço a Deus que me ilumine
Com palavras adequadas
Neste momento sublime
Pra dizer com gratidão
O que a alma exprime.

Contar a vida de um homem
Com história exemplar
Só com a Graça divina,
Que vamos implorar
Para trazer conteúdo
No que vamos narrar.

Foi no dia oito de outubro
Pelas graças do divino
Que no fundo do Pirizal
 Nascia mais um  menino
Batizaram de Otávio
O esperto pequenino

Este fato aconteceu
Noventa e dois anos atrás
E o menino cresceu
Com a bênçao dos seus pais
Com a saúde que tem
Quem cultiva   a paz

Aprendeu  lições de vida
Da natureza ao redor
O respeito aos outros
O verdadeiro valor
Das coisas bem simples
Que se vê no interior

Educou-se na religião
Como Deus nos  ensina
A crer sempre no amor
Com esperança  divina
A nunca deixar de lado
A sagrada doutrina

Também se mostrou
Ser menino inteligente
Na escola que freqüentou
Aprendeu de repente
Deixando a sua professora
Bem surpresa e contente.

Aprendeu a lida da roça
Na luta do cotidiano
A jogar a semente certa
Em cada época do ano
A respeitar a natureza
E seu ciclo soberano.

Havia a época de arar
De semear, de colher
De transportar a colheita
Para conseguir vender
Às vezes com sacrifício
Sem um lucro qualquer

Sabia que os animais
Também merecem respeito
E tratava cada um
Respeitando seu jeito
Até o gato preguiçoso
Era bom em seu conceito.

Cavalgar aos domingos
Prática quase esquecida
Ele fazia com estilo
E era coisa divertida
Tendo cavalo muito bom
Vencia grandes corridas.

Um dia no coral da Igreja
Conheceu uma menina
Muita linda e graciosa
Elegante e muito fina
Que seria a companheira
A amável Cristina

Com as bênçãos de Deus
Na igreja se casaram
Alegres e com grande fé
A religião praticaram
Confirmando o amor
Que sempre demonstraram

Assim ia aumentando
Também a responsabilidade
Logo tinha que aprender
O dom da paternidade
E os cuidados para educar
Com amor e seriedade


Os filhos foram nascendo
Trazendo muito alegria
Também preocupação
Para o seu dia-a-dia
Com a saúde, a educação
E tudo mais que viria

Com ajuda da Cristina
Nunca desanimou
E com muito  disciplina
Mas também com amor
E com exemplo de fé
A todos educou

Passou por dificuldades
Por cruciais momentos
Momentos de tempestades
De perigosos ventos
Mas nunca desanimou
Nem mostrou desalento.

Não enfraquece nunca
Quem no amor se embasa
Mesmo quando os filhos crescem
Formando-se, criando asas
E um por um vao saindo
Da convivência da casa

Mas o Otávio  com Cristina
Souberam deixar  unida
A família que criaram
Com fé bem definida
Por isso que ali a paz
Foi sempre bem vivida.

Perdeu um dia a esposa
Pensou perder a esperança
Passou por duros momentos
Quase abalou a confiança
Mas aprendeu também a lição
De viver de sua lembrança

Outra tempestade forte
Foi perder uma filha
Parece que se cortava
Um pedaço da família
Mas a fé no superior
Mais forte ainda brilha.

Foi escrevendo versos
Pondo rimas na vida
Que driblou sua dor
No peito escondida
O seu verso era motivo
De adiar sua partida

Escrevia seus poemas
Na tristeza e nas festas
Eram palavras simples
Mas claras e honestas
Coisas que o coração
Na pureza manifesta.

Contou muitas histórias
Em uma simples linguagem
Dos esforços pela vida
Exemplos de fé e coragem
Que a vida é para ser vivida
Como breve passagem

Ainda ressoam  suas rimas
 Ainda ecoa sua poesia
As suas estrofes da vida
Nos fazem companhia
Semeando a lição
De viver em harmonia...

 Continuas assim rimando
Agora em outra dimensão
Seus versos repercutem
Também em nosso coração
E serão para sempre
Fontes de inspiração...

Nossos passos rimarão
Com seus  e da Cristina
Para entoar a coragem
Que a graça ilumina
Com um coro de anjos
E a presença divina.

Adeus, diremos então?
Melhor não dizer nada
E sentir sua presença
Em nossa caminhada
Honrar tudo o que fez
Na sua exemplar jornada.