sábado, 25 de novembro de 2017

Alto lá!

Alto lá!
lá vem ela
 toda altiva
toda bela,
 toda diva
desmantelando
meu estado

Alço um
 voo alto.
Aciono  a crença
que ela voltará
depois da dor imensa
só cores vivas, 
intensas
Florescerão
E serão
 para nós

um verão...

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

herança de você


Herdei
Muitas lembranças
de você
que ainda afago
Embora diga
 que quero te esquecer

Nada disso eu apago.
E o meu esforço
para desapegar-me
se esvai,
num desejo vago.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

MIRA A ESTRELA

Mira
sem ira
as estrelas
e admira
quem passa
por elas

Mira
e se inspira
nas escolhas
que te fazem
sorrir

Mira
e atira
somente flores
a quem vive
ao seu redor,
Enfeita o jardim
para mim
ou quem quer
que for...

Mira ,
 tão bela
a estrela!
não fira
quem para
para vê-la

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

arriam-se as flores....

ariam-se as flores
com o peso do inseto
que quer um repouso
tranquilo, quieto

o jardim se arca
para outras vidas
machucam-se quebram
as flores sentidas.

arriam-se os sonhos
amarram-se os planos
arcam-se os desejos
de todos humanos..

Contigo hei de vencer: lembrando um pouco a escola


                                               Baseado em texto de Angelo Nenevê

" Escola querida de luz de prazer                                                                                                          Contigo na vida eu só hei de vencer                                                                                                             Um bom estudante eu sou com prazer
Irei sempre avante, sei ler e escrever"                                                                                                       
 Este foi um verso que a professora Vani passou. Autoria de quem? Nem lembro se me falaram o autor...Creio que não... Eu recitei estes versos. Era um poeminha que elogiava a escola e naquela época a gente não acreditava muito que a escola era “querida.” Por que querida se tínhamos que interromper brincadeiras para ir à escola, às vezes brigar com outros alunos? Por que querida se a primeira professora que tive punha medo na gente com castigos por pequenas coisas?. Acreditava que a aprendizagem se dava por medo...”Medo, medo, cada um gosta mais do seu segredo”, já dizia o Belchior. E eu tinha medo da primeira professora. Seus passos na sala, toc –toc – toc..quando se dirigiam para o meu lado me faziam tremer na base. Seria um castigo por algum erro que não sabia que tinha cometido? Ou seria que estava vindo ver se meu caderno estava limpo, bem arrumadinho e as letras bem bonitinhas?....Às vezes eu achava que as professoras exageravam no cuidado com a caligrafia e nem observavam o conteúdo do que escrevia..

A primeira professora também assustava quando ia fazer a “revista”. Ai de quem estivesse com as orelhas sujas...Além de apanhar era humilhado e mandado ir ao banheiro para se lavar. E quem era filho da roça que saía direto do trabalho e ia para a escola? Às vezes até todo enfumaçado daquelas queimadas nos meses de inverno....Estas coisas faziam com que a escola não fosse querida....E que eu não estudasse com tanto prazer..

Mas , mesmo não sendo uma escola tão “querida’ naquele dia  eu falei bem alto e claro o poema que a professora me tinha designado. E dizia “um bom estudante eu sou com prazer” embora tivesse consciência que não era dos melhores. Mas, com certeza, dos piores também não. Os melhores estudantes eram os “do centro”, os que iam limpinhos, bem vestidos e bem calçados à aula. Aqueles que até levavam uma maça à professora (“apple polishers”). Com todas estas lembranças de disparidades, hoje a gente repensa tudo e conclui que a escola valeu a pena...Que a escola ajudou a vencer, sim. A escola pode , sim, ajudar a diminuir as injustiças sociais, as disparidades, tanto econômicas, como sociais. Imagine um mundo sem escola, uma criança sem direito a aprender a ler e escrever....Agradeço a Dona Vani por ter me dado a tarefa de recitar este poema.
As professoras eram tratadas de Dona. A gente nem sabia bem por que Dona ou Doña como no Espanhol. Aliás havia a Dona Doña cujo nome correto era Adônia, mas que todo mundo chamava de Doña ou, pior ainda Donha.... Dizem que alguns alunos (influência da fronteira castelhana?) falavam  Doña Doña. A Doña Doña ou Adonia foi também minha professora por um período curto.

A Dona Terezinha também me escolheu certa vez para declamar um poema. Era mais suave e seus passos na sala não me amedrontavam como os passos da primeira professora. Os poemas geralmente eram para homenagear a bandeira, a escola, um “herói” brasileiro ou algo parecido. E nos sábado, sempre havia “homenagem” para algum´´ente querido da pátria ou para um dia "glorioso.". Cantava-se o Hino Nacional, hasteava-se a bandeira, cantavam canções, recitavam-se versos... Este era o nosso universo...Universo da Escola...


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

FL-U-INDO COM ELA

Feliz em te ver
leve, solta e sozinha
ávida por novos mundos
viva, suave, vibrante
inventando amplo sorriso
atingindo meu paraíso

solta as rédeas da paixão
e eu galopeio feito potro xucro
em tua direção,
desenfreado com nova busca
sem rima e sem razão..


Lá vem ela

Lá vem
Ela
a-legre
em passo
elegante
eletrizando
o chão, 
Espalhando
sorrisos
e emoçao

Lá vejo
Meu coração
vibrante
chocado
ameaçado
por nova 
paixão

domingo, 5 de novembro de 2017

chuva e lágrima


O que é gota de chuva?
O que é lágrima?
num domingo
sem ela?
Nem eu distingo:
meus olhos
se molham.
A mente
se atropela
e o coração
este entao
se desmantela


sábado, 4 de novembro de 2017

Para M, onde estiver...

Para M.


Com memórias de você
Caminho ruas vazias
As lembranças caem macias
Como as gotas da  chuva...

Deixo que os pingos desçam
Roçando  meus olhos molhados
E procuro você na distância
Num futuro ou num passado.

Assim se confunde a mente
Minha alma se distrai também
Se mescla com sonhos de você
Que acredita ainda vem...

Mas tudo ganha distância
Assim como meus pensamentos
E a chuva só me alimenta
De impossíveis momentos

O que escrevo, que seja lido
Esteja onde estiver..
Para colocar  sentido
Nas águas a chover
De lembranças tão fluidas
Entre o eu e o você.

Como música da chuva
Desce a tua lembrança
Só para alimentar minha alma
de uma nova esperança














M(ai)s suave que a Chuva

M(ais) suave que a Chuva

Suave cai a chuva
Lambe a janela
  Desce ao chão
na calçada, na rua
se estende, se estica
se enche e flutua

Uma música de ninar
A gota a cantar
Embala meu sonhos
E todo meu pensar....


Mais suave que chuva
São os pensamentos
Percorrendo os becos
Escorrendo lentos.

As lembranças que jorram
Desaguam, se inventam
Com a água se espalham
Úmidas de afeto
E o desejo secreto
De encontrar você
No riacho de emoções..

Mas sigo sozinho.
E  de mansinho
Vou sonhando
Como  se fosse
Te encontrar.
Mais suave que a chuva
Ainda a me esperar...

Assim perambulo
, me molho
E engulo
Mais uma gota
De sonho
E esperança

Corra para mim
Toque minha mão
Dancemos na chuva
Reguemos o coração

E quando acordo
Só sinto o gosto
Da chuva suave
A molhar o meu rosto.

Mais suave que a chuva
Meu sonho, minha fantasia
Umedecem o caminho

Sem sua companhia.