a brisa
avisa:
tudo
se alivia
com poesia
A poesia da terra
era aquela flor
do meu jardim
que por bom motivo
eu cultivo
para levar a ela;
minha bela.
A poesia da terra
me deixa alado
em certa manhã
crescendo ao lado
ao vigor do sol
se desabrocha
mais ainda
e toda linda
só faz-me lembrar dela
a minha minha estrela
A poesia da terra
tem vários perfis
é impermanente
cresce, chora, sente
com levantes de paixão,
e de alegrias
mas em certos dias
se recolhe em tristeza
se debruça
em incertezas.
A poesia da terra
vem do fundo,
tem raízes, tem ambiente
vibra, vinga, sente
num espaço qualquer
nunca está ausente
do mundo circundante.
A poesia da terra
brota em cada chão
desabrocha, viça
e também vicia
ah, é pura poesia...
no meu coração
Ela era
só poesia
ao meu lado
e eu sentado
ali, centrado
tudo sentia
e nada dizia...
Ela levava
só a leveza
de estar perto
e eu sentia
um aperto
uma vontade
de tocá-la
mas nada dizia
era só poesia
Ela se foi
e assim fiquei
com seu aroma
que se soma
hoje, ao meu ser.
noites e dias.
Voltarei a sentir
sua vibração
e a vontade
de lhe dar a mão
de bater à porta
de seu coração?
Ela só quer ser ela mesma
Ela entrou no salão,
abalando as estruturas,
com sua curvatura de violão,
transbordando loucuras,
em mentes férteis,
que lhe transferem a culpa,
por suas vestes...
Ela continua dançando,
não por que querem,
continua porque é bela,
sua pele retinta
resplandece em tintas,
que colorem a tela...
Ali, ela não está sozinha,
os olhares lhe enchem de um orgulho,
de algo que ela sabe ter a mais,
ela é mulher como as outras que estão ali,
mas não pode negar que querem lhe despir...
Ela veste o vestido mais caro,
veste a lingerie ou o avental,
mas ela quer ser natural,
Sem erguer a mão,
se precisar, ela também traz o pão,
as migalhas ela dispensa,
pois depois de noites intensas,
ela também sente a dor imensa...
ResponderEncaminhar |
Para mim a árvore sempre foi algo especial. Desde criança tinha as minhas árvores favoritas, imaginava falando com as árovres. Quando li o livro de José Mauro de Vasconcelos, MEU PÉ DE LARANJA LIMA , vibrei mais ainda ao saber que havia, sim,meninos que como eu conversavam com árvores...
Havia aquelas árvores bem amigas, como o pinheiro que abrigava os papagaios, as tirivas e ainda dava muito pinhão. Havia as árvores pequenas, como o pé de araça, que oferecia frutos bem no tempo que não havia outras frutas. Havia o pé de pera, o pé de maçã...a guabirobeira, a cerejeira....Ao longo da vida fui gostando tanto de árvores que meu Mestrado foi sobre árvore. Árvore na poesia de Robert Frost.
Hoje recebi um poema especial sobre árvore. Um poema da poeta Renata Batista. Com permissão dela, publico aqui o poema.
Debaixo de tua copa frondosa,
repousei,
a saborear teu suculento fruto,
saciei-me,
não te deixo em nenhuma estação,
espero calmamente tuas fases,
respeito seu tempo,
a cada mudar do vento,
que te balança
e te desnuda por inteiro,
continuo te contemplando,
te protejo,
no alto de tua fronte,
quero tocar-te,
sentindo tuas boas vibrações,
és plena,
delicadas são tuas flores carregadas
de amores,
tuas raízes profundas escondem forças e dissabores,
tuas folhas ressequidas no outono
te enfraquecem,
te espero,
na primavera a tua exuberância,
te venero,
Maravilhosa, hoje é teu dia;
e com regozijo,
te celebro!
(Renata Batista da Silva)