Léia

A estréia
da Léia
em meu coração
foi suave
como voo
da ave
em nova
estação

O LAGO SERENO

Eu tão pequeno

diante do lago sereno

me pergunto:

onde se acha a paz

a segurança da alma

a fluidez da água

tão mansa e calma

E o lago, me diz

é só ser feliz

com o que já tens

com o que já és

A água espelha

mil estrelas

mergulha nelas!

e o sol beijou a árvore

Quem emitiu esta luz
esta chuva de ouro:
tão suave a roçar
os galhos frágeis
da castanheira,
numa tarde
tão domingueira...?

Raio que beija folhas
esvai-se,
 vai mais além
iluminando-me
me fazendo bem..

e ali eu sento
e sinto de perto
um pedaço de céu
meio descoberto...


em silêncio por um tempo
medito, vivo, contemplo

Indagação ao Supremo

Divago..
  e afago
uma oração.
Indago
ao criador:
pode-se brotar
uma flor
neste chão?
Jardim que cultivo
 mantenho vivo
de esperança;
logo se debruça
com  chuva pesada
com vento e granizo
e não realizo
meu  sonho
de alguma mudança

Terei calma
na alma
que não se cansa
de pedir
em nova  prece?
que comece
uma nova estação?

Desapego,
aconchego

nova paz

no coração?

.................................

Divago
e afago
um sentimento
de calma
na essência....

Divago
e apago
o apego
e digo Não
ao que me fere
e interfere
na fluência
.
...............
a resposta
vaga e
vagarosa
é preciosa,
é cara
e  rara...
é GRATIDÃO

Borboletas
borbotam
e brotam
novas esperanças
em meu jardim
borbulha
uma mudança
dentro de mim....

o seres que moram em mim

Um ser que mora em mim
diz que já é o fim
daquela prezada flor,
 me leva à meditação
pra aliviar o coração:
no fundo há a dor...

a vida flui, se esvai
a flor murcha e cai
para surgir novamente
o apego, machuca porém
é preciso ir além
soltar-se livre-mente

Outro ser, esperto
diz que há campo aberto
para um novo florir
e a mesma flor brotará
permitindo vivenciar
libertar-se, sorrir....

Então aos poucos aceito
e o que vier é perfeito
viverei com gratidão
com novo amor ou antigo
sempre correrei perigo
O que temer então?

EN-LEIO

Ela me encanta
quando levanta

seu vestido

e  fico despido

de qualquer proteção.

Que formas garbosas!

As pernas formosas

ao vivo, expostas

suscitam  respostas

e não digo nada

nem falo nem grito,

me inquieto, me excito

porém  me exercito

pra fazer de conta

que sou de outro planeta

e nada me afeta..
......................

 em desassossego
brigo com o apego...

(MN)