Artigo acessível pelo endereço seguinte:
http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRAPUI_I_UFMG/literature_pdf/lit80.pdf
Amazon in the writing of Cyril Dabydeen
Miguel Nenevé
Universidade Federal de Rondônia
We discussed
how Caribbean
Writers only look north,
And how maybe I’m a unique
Among them (I want to believe)
Because of my interest
In all of
South America ( Dabydeen, “Amazonia”)
Cyril Dabydeen is an acclaimed Canadian poet and fiction writer. Although living in
Canada for more than thirty years, Dabydeen keeps writing about his origin in the Republic
of Guyana, the Amazon region. Unlike most of the writers of Guyana, Dabydeen does not
explore much the Caribbean context, but the South-American myths and landscapes, as for
example, one finds in his book Born in Amazonia. Amazonian voices mix with other voices
in order to be heard in his poetry. In this presentation I would like to discuss the mixture of
Canadian, Guyanese and South-American beliefs in Dabydeen's poetry, especially in Born
in Amazonia. It seems that most of his origins are imaginary and invented origins, one
needs to have in order to survive in country which is not his. Brazil seems to be present as
the important neighbour which like any South-American country suffers from colonization.
If Latin America and the Amazon are presented as ruins, or as a decadent region, one can
say it is a noble decadence, something which one likes to remember, of which one is proud
of belonging to.
2
In his book of poetry Born in Amazonia the author explores his worldview based
on his South-American experience. At the first sight, the book, with its colored cover
showing a picture of a supposed indigenous girl seems to be a work of travel writing
written by someone who wants to the show the exotic image of the Amazon to the world.
In fact the first time I saw the book in a shelf in Ottawa, and, as I was coming from
Rondonia, I asked myself: “Who is this guy who assumes he can write about the Amazon?
This could be just one more of those writers who writes about the Amazon just to denounce
the “burning of the forest” or to warn about the destruction of the “World’s lungs” “the
Green Hell” or to announce “the end of the Paradise.” However, coming closer to the work,
by reading some of the poems, I could realize that the poet is somewhat deconstructing the
traditional discourse on the Amazon. He reveals his connection to this region where his
world of imagination began. In this aspect, the poet satirizes the stereotyped vision about
the region. Moreover, the poetical text suggests a travel to the past in order to mold the
present and to build a better and more beautiful future to the Amazon and its people. In this
aspect, Born in Amazônia offers also a political reading once it subverts the media
discourse and invokes the possibility of several visions of everything that was written about
this region of the planet. For those of us who live in the Amazon, this work is an invitation
to the reading and re-reading and a reflection about the myths, values and culture to be
recovered. The Yanomamy Indians so much shown in the international Media appears here
as with no perspective, other than just look to the sky in search for some help or at least
search for an understanding of what is going on. The Indigenous group seems to be
embodying the displaced environment of the Amazon people, of Brazil and its frontiers in
Roraima and its memories, remembering a voice which is not heard, the Yanomamis’s
voice.
Yanomamis:
The Yanomami Indian, too
never really down under,
never in erstwhile disdain
Of the forest he has known all his life;
Eyes riveted to an ancient sky
3
as Brazil continues to shape destiny (35)
Brazil shapes the destiny, a destiny which was shaped long ago when the colonizers
arrived and determined what kind of life the Indians would have.
Born in Amazonia presents the poet’s worldview always grounded in his SouthAmerican
origin and experience. The legend of the jaguar is associated with its “continuing
myth-making in South America.”
Rosettes of broken rings, black. Golden fur
Surrounding. The spotted pelt pales
Jaguar scratches more of a beast as it waits
For the female to come along. Further growls,
Mate-calls. The forest burnishes, the lair grows
Suddenly hot.
The animal jaguar is considered to be king of the South American rainforest, appears and
reappears in the poems as if leaping from one page to another. The animal, Panthera onça is
the largest and most powerful cat in the Americas, has its name derived from the Indian
word "yaguar" meaning "he who kills at one leap." The Jaaguar poems mixes legends of
South-American and Guyanese beliefs and experiences with the Canadian imagination. In
the Amazon we live mystery and fantasy - gods, anthropomorphized animals and birds,
chimera, phantasmagorical creatures - that posits out of the imagination some sort of
explanation for the mystery. Humans and their fellow creatures live in a world of
expectations, loss, nostalgia. The jaguar is sometimes a competitor to the men – something
which reminds of the Borges’ story “La Escritura del Dios” when man is in a prison facing
a jaguar
The poet seems to keep reminding the reader that his small world is a part of a
larger ones where the beliefs and myths meet. The large forested region of the Amazon.....
sábado, 6 de fevereiro de 2016
sábado, 16 de janeiro de 2016
Poema simples para celebrar 50 anos de futebol de irmãos.
Aos 50 Anos de futebol do CAN
Em
09/01/2016 – Miguel Nenevé
“Tudo que sei sobre moralidade ou
obrigação eu devo ao futebol” (Albert Camus – escritor francês )
Amigos , prestem atenção
No que contarei a vocês
Foi no século passado
Ano de sessenta e
seis
Que o time do Pirizal
Reuniu-se pela primeira vez
E logo ficou conhecido
Como o time dos Nenevês
Um princípio bem singelo
Foi tomando dimensão
O time foi ganhando força
Dando exemplo de união
Por muitos ficou conhecido
Como “Time dos nove irmãos”
Mauro, Aldo, Nilton e Nelson
Os primeiros componentes
Junto com Antônio
José e Mário
E alguns vizinhos e parentes
Deram o impulso inicial
Pra levar o time em frente:
Um campo de futebol
Era uma coisa urgente
Logo todos se reuniram
Para plantar a semente
E começaram a trabalhar
Com um objetivo na mente
Ter um espaço para jogar
Livre e independente
O campo foi construído
Com esforço e valentia
Um trabalho em equipe
De união muito sadia
Depois do trabalho da roça
No final de cada dia
Para limpar a área
O grupo se reunia.
Mário, Angelo e Mazinho,
Ivan, Amauri e Vilmar
Miguel, Góio e sobrinhos
Passaram a integrar
Este grupo unido
Que vieram reforçar
A este grupo agregaram-se
Outros parentes e vizinhos
Eram novos componentes
Seguindo o mesmo
caminho.
Também amigos com a
crença
Que esporte não se joga sozinho
Por todo este interior
De Santa Catarina e Paraná
O grupo nunca rejeitou
Um convite para jogar
E sempre acolheu a todos
No campo do Pirizal
Seja em jogo de campeonato
Ou apenas para treinar.
No ano de oitenta e um
Tiveram o apogeu
Participando de um campeonato
Que o município promoveu
Jogamos com nove irmãos
Mais o Antônio e o Tadeu
Exemplo de persistência
De muita força de vontade
Mais do que a vitória no campo
Valiam a união e amizade
Pois futebol é sobretudo
Uma grande irmandade
Quando se joga com respeito
Sem esquecer a lealdade
A todos que apoiaram
E que hoje aqui vieram
Ou que aqui já jogaram
E alegria trouxeram
Nosso reconhecimento
E um obrigado sincero
Isso podemos dizer
Como orgulho vero
* Este poema foi escrito bem ao estilo do meu pai, Otávio Nenevé, justamente para lembrar dele que foi quem, apesar de não gostar de futebol, ajudou o time dos irmãos, seus filhos no início da formação do time...
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
A Lingusitica, a escrita, a fala e a falha - Cronica publicada em PRIMEIRA VERSÃO
Esta crônica foi publicada em Primeira Versão, em outubro de 2010, resultado de um concurso de Contos e Crônicas promovido pela ADUNIR. Pode ser acessada tambem por este endereço: http://www.primeiraversao.unir.br/artigos_volumes/268_%20contos_.pdf
A linguística, a escrita a fala e a falha.
Miguel Nenevé
O título desta crônica é mesmo uma alusão ao trabalho do respeitável Rajagopalan, linguista indiano radicado no Brasil e trabalhando pela UNICAMP há mais de dez anos. A Linguística que nos faz falhar provoca polêmicas discussões sobre língua, ensino da língua, preconceito e cultura. Gostaria de discutir sobre a linguística que nos faz falar e falhar. Mesmo meu propósito não sendo o mesmo do autor indiano, creio que este título me faz bem para o que quero sugerir. Ao adentrar o campus da UNIR, em um dia destes, pude ler, mesmo dirigindo, o anúncio em letras garrafais: “Congresso da ABRALIN – de 11 à 17 de setembro.” Sim o “a” estava craseado. O congresso reunia doutores em linguística de várias regiões do Brasil e até do exterior. Eram portanto, doutores em Letras. O cartaz provavelmente foi preparado por alguém que não é da área e não tem educação linguística. No entanto, não foi corrigido por ninguém. Isso me traz à mente muitos outros problemas relacionados ao nosso idioma que aparecem em anúncios na Universidade Federal de Rondônia. A data do vestibular, por exemplo, vem sempre anunciada com “a craseado” antes do número que se refere ao dia.
E assim, começo a observar o falar e o escrever em nossa instituição, principalmente de nossos professores. “Tu descreveu bem,” um professor doutor escreve para o outro. Então nem me refiro muito à língua falada que pode estar carregada de problemas gramaticais, mas a língua escrita, usada, muitas vezes em anúncios públicos. Uma vez entrei em sala de aula e me deparei com uma frase no quadro: “a dois meses não chove.....”, não sei se escrita por professor ou por aluno . Comentei com os alunos que a frase precisava ser revisada, e que deveria ter sido escrita assim: “há dois meses...” que neste caso devemos utilizar o verbo “haver.” Os alunos me responderam : “mas para a linguística não existe o errado, a linguística aceita tudo.”
Pode parecer então que quem prima pela correção da linguagem, pela eficiência na comunicação é um conservador que não entende de linguística. Será? Isso sugere uma reflexão sobre o ensino da língua, da comunicação oral e escrita e da função da linguística. Em vez de dizer que “a linguística aceita tudo”, não seria melhor colocar em discussão o porquê da tendência em cometer estes erros, não desprezar a linguística, mas apontar para o uso culto da linguagem?
Parece-me poder ser possível dizer que quem defende que toda a linguagem é correta, que a universidade deve se preocupar com coisas e causas mais nobres, está favorecendo o status quo, está sugerindo que saber bem a língua culta é algo para privilegiados e não para todos. Creio que é possível dizer também que é hora de discutir por que em nossa universidade agredimos tanto a língua portuguesa. É tudo culpa da linguística?
Miguel Nenevé - Professor Associado do Departamento de Letras Estrangeiras. Atua como professor de Literaturas de Língua Inglesa no curso de Letras e como professor de Literaturas e Amazônia no Mestrado em Letras. Têm publicações nas áreas de Tradução, Estudos pós-coloniais, Literatura Canadense, Literatura de viagem sobre a Amazônia e Educação na Amazônia.
A linguística, a escrita a fala e a falha.
Miguel Nenevé
O título desta crônica é mesmo uma alusão ao trabalho do respeitável Rajagopalan, linguista indiano radicado no Brasil e trabalhando pela UNICAMP há mais de dez anos. A Linguística que nos faz falhar provoca polêmicas discussões sobre língua, ensino da língua, preconceito e cultura. Gostaria de discutir sobre a linguística que nos faz falar e falhar. Mesmo meu propósito não sendo o mesmo do autor indiano, creio que este título me faz bem para o que quero sugerir. Ao adentrar o campus da UNIR, em um dia destes, pude ler, mesmo dirigindo, o anúncio em letras garrafais: “Congresso da ABRALIN – de 11 à 17 de setembro.” Sim o “a” estava craseado. O congresso reunia doutores em linguística de várias regiões do Brasil e até do exterior. Eram portanto, doutores em Letras. O cartaz provavelmente foi preparado por alguém que não é da área e não tem educação linguística. No entanto, não foi corrigido por ninguém. Isso me traz à mente muitos outros problemas relacionados ao nosso idioma que aparecem em anúncios na Universidade Federal de Rondônia. A data do vestibular, por exemplo, vem sempre anunciada com “a craseado” antes do número que se refere ao dia.
E assim, começo a observar o falar e o escrever em nossa instituição, principalmente de nossos professores. “Tu descreveu bem,” um professor doutor escreve para o outro. Então nem me refiro muito à língua falada que pode estar carregada de problemas gramaticais, mas a língua escrita, usada, muitas vezes em anúncios públicos. Uma vez entrei em sala de aula e me deparei com uma frase no quadro: “a dois meses não chove.....”, não sei se escrita por professor ou por aluno . Comentei com os alunos que a frase precisava ser revisada, e que deveria ter sido escrita assim: “há dois meses...” que neste caso devemos utilizar o verbo “haver.” Os alunos me responderam : “mas para a linguística não existe o errado, a linguística aceita tudo.”
Pode parecer então que quem prima pela correção da linguagem, pela eficiência na comunicação é um conservador que não entende de linguística. Será? Isso sugere uma reflexão sobre o ensino da língua, da comunicação oral e escrita e da função da linguística. Em vez de dizer que “a linguística aceita tudo”, não seria melhor colocar em discussão o porquê da tendência em cometer estes erros, não desprezar a linguística, mas apontar para o uso culto da linguagem?
Parece-me poder ser possível dizer que quem defende que toda a linguagem é correta, que a universidade deve se preocupar com coisas e causas mais nobres, está favorecendo o status quo, está sugerindo que saber bem a língua culta é algo para privilegiados e não para todos. Creio que é possível dizer também que é hora de discutir por que em nossa universidade agredimos tanto a língua portuguesa. É tudo culpa da linguística?
Miguel Nenevé - Professor Associado do Departamento de Letras Estrangeiras. Atua como professor de Literaturas de Língua Inglesa no curso de Letras e como professor de Literaturas e Amazônia no Mestrado em Letras. Têm publicações nas áreas de Tradução, Estudos pós-coloniais, Literatura Canadense, Literatura de viagem sobre a Amazônia e Educação na Amazônia.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Uma chuva está caindo... (M Nenevé)
Enquanto a chuva cai........
Onde está você, em que canto da cidade?
Já vem a chuva que lhe deixa aflita!
Com uma tempestade de lembranças
Meu coração dá saltos, se agita
Que cantos percorre você
Quem ouve os seus segredos
A chuva que inunda a cidade
Ainda te provoca medo?
O que se ouve entre os trovões
O que ruge em sua memória?
Existe ainda um clamor
Para rever nossa história?
O que sussurra o vento ?
O que falam ruas e becos?
Algum poema de outros tempos
Ou um outro tipo de eco?
Quem compartilha seu guarda-chuva
E o arco-iris, o que lhe aponta?
E o arco-iris, o que lhe aponta?
De que se inunda a sua alma
Qual a Ideia que lhe afronta?
.........................
E a chuva que continua rugindo
Não é cantiga de ninar
Só a tempestade de lembranças
Nenhuma água pode apagar
Uma chuva que cai
machuca alma e mente
Mas estimula nova vida
regando a nova semente.
machuca alma e mente
Mas estimula nova vida
regando a nova semente.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
aí vem novamente (M. Nenevé)
De manhã, bem cedinho
lembro: estou sozinho
vou à procura do sol,
quem sabe uma surpresa
Entre as nuvens e sombras
e uma profunda incerteza?
.........
Ouço porém seus passos
seu fantasma novamente
a rodear meu quarto
meu corpo, alma e mente...
Os sons
as coisas que deixou
as músicas que ouvíamos
seu espírito solfeja
uma doce canção...
me sopra nostalgia
do que foram nossos
dias
quase uma assombração
..................................
quando chega a escuridão
Parece que voce me chama
"é hora de ir para cama"
......................
Sem seu afago
tudo é vago
e eu viro noctívago
Tentando escrever
com a lua e o vento
os diamantes e a poeira
e todo o sofrimento
Quero jogar
Janela abaixo
Janela abaixo
meus sentimentos...
mas aí vem novamente
teu fantasma em minha frente...
Eu sinto, você sente?
Eu sinto, você sente?
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
A Fé que faz falta
Falta-me a Fé
que tinha
aquela Fé
que era minha.
E minha Fé
era grande
para mover
montanhas
de desejos...
No seio da Fé
me alimentava
de sonhos
e de boas inspirações;
Era da fé que surgiam
chamas de sorrisos.
Fé que tinha poder
de fazer brotar
vida em dias nublados.
A fé era minha
apaixonante razão,
era coragem
e criação
...
Me dei fé,
porém
Que eu perdia
a Fé.
Sem má fé
A Fé me deixou....
num domingo
de fé,
Tenho agora
pingos
de fé..
Nem reclamo
nem xingo
Fer-verá a fé
que virá
com obras.
Fé para tomar
o primeiro degrau
da escada...
Fé para seguir
aquela estrada..
.........................
Dou fé;
domingo, 6 de dezembro de 2015
Pensamentando : entre o sonho e o som.... (M Nenevé)
Pensando nela: entre
o sonho e o som
(M
Nenevé)
“Sozinho no apartamento,
Só ela no pensamento” Com estes versos Z Teodoro começou a reviver todos os momentos que
tinha experimentado com sua amada que acabava de se despedir, indo embora de
sua vida, à procura da felicidade mais concreta, mais palpável, mais visível e
mais garantida. E ele se perguntava: existe uma felicidade “ garantida.” ? O que se garante nesta vida? Garante-se a
felicidade com certezas e planos bem detalhados e fixos ou a felicidade está na incerteza, na
continua busca, na imperfeição que rodeia todo o ser humano? Cantarolou
Belchior: “Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão, meu sonho ,
minha fúria, e esta pressa de viver, este jeito de deixar sempre de lado a
certeza e começar tudo de novo com paixão.” Poderia começar tudo de novo com paixão,
interrogava-se ele. Sentiu vontade de voltar às cartas antigas, às primeiras trocas
de mensagens, a música e todas as minúcias que fizeram com que ela entrasse em
seu coração e em seu planeta. Recordou todo o inicio da história, de todos as
palavras de sedução, da leitura do Kierkergard, de tudo que enfeitasse o palco de
um encontro frutífero, prolífico, agradável eternizado em suas vidas. Sim, um
dia estiveram realmente juntos. Caminharam olhando para a mesma direção,
dialogaram , creram em dias de felicidade. Felicidade por percorrerem trilhas
juntos, olhando um para outro e para a vida “ali em frente.”
Assim ele se embalava em pensamentos que dançavam com lembranças,
sonhos e um montão de imaginações. . Em cada canto, em cada virada de olho um
sinal dela, um convite para nova dança.
Certa dor presente pela ausência da amada...Uma desejada presença em
todas as repartições da alma, do coração e do seu apartamento. Ainda por capricho para avolumar mais a
vontade de vê-la havia as pequenas arrumações, os toques na estética do
ambiente, seus cheiros, perfumes e muito mais. Então
começou a cantarolar uma música do Chico Buarque: “a sua lembrança me dói tanto
e eu canto para ver, se espanto este mal”. Mas como espantar o mal, pensando
nela, escrevendo sobre ela? . Sehnsucht, saudades e de repente ouve “ Eisam
ohne Dich,( sozinho sem você) .
Entre sonhos e som continuou a sonambular, meio sorumbático
tentando lançar-se em ânimo, querendo alcançar um pensamento que lhe elevasse
para outra dimensão, que ajudasse a construir o dia...Nesta loucura para pensar em outras
coisas, entre as vozes da alma é que apareceu a voz de Joan Baez....”No, I never
dreamed you´d leave in summer...” ...., Não, ele nunca sonhara que ela o deixaria naquele verão....
E desistiu de querer
parar de pensar nela, sim, que todos os pensamentos fossem para amada! “Que
viessem os pensamentos sobre a amada...., pensamentos que se costuravam com
todas as suas atividades” gritou , sozinho, no apartamento.... E lembrou-se de F Pessoa :
” Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.”
Então bendisse o bom pensamento, o da
gratidão pelo tempo que conviveram .... Pensar o bom pensamento , pensou ele,
pode ajudar a conhecer-se melhor. E pensamentou sobre ela, um pensar bom.. E era bom que
vinham todos os sentimentos juntos...., mesmo aqueles que faziam brotar uma lágrima. Eles anunciavam
que ele ainda vivia..
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