sexta-feira, 30 de novembro de 2018

wordless poem

A borboleta
não precisou de palavras
para escrever um poema
tão elegante!
e eu aqui , pensante
ainda rabisco
e arrisco
escrever
descrever
o instante.

Por
que
não
ser
simples
como
a bor
boleta
e
bor
bo-le
trar

e
mer
gulhar
no
poema
como
na água
a descer
a cacho-
eira
num
dia
qualquer
ou
em noite
de es-
trela?

vazio

A cadeira vazia
ali em frente
me diz:
ela está ausente
e , com razão,
o coração,
ah, sente!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Peça de um Quebra-cabeça alheio --- Por Maíra Maia

Por Maíra Maia **


Joseph Campbell fala que se você pode ver o seu caminho indicado na sua frente, passo a passo, certamente não é o seu caminho.

Mas então por que insistimos? Talvez porque o caminho já esteja ali aberto, diante de você, parece não oferecer nenhum perigo, nenhuma incerteza. E aquele que trilhou esse caminho está feliz, garantiu que são esses os passos que levam direto para tal felicidade. Então você segue, mas conforme vai avançando sente um desconforto. É como uma farpa que parece nem estar ali, mas dependendo de onde você toca traz o incômodo. Você ignora, foca no fim da jornada, lá provavelmente terá um X no chão e o seu tesouro. E com essa ideia você se enche de esperança e continua. Num dado momento você se sente enganado, o caminho parece não dar em lugar nenhum, você se sente cansado, confuso. Então ouve falar de um outro caminho. Assim vai seguindo por vários caminhos que não são o seu. Tudo é tão pesado, sem sentido, não há mais força. Você cai e dessa vez não resiste à queda, você se rende e se pergunta: E SE EU TENTASSE O MEU?!?

Você inicia seu caminho, mas sente um cansaço além do normal, de alguma forma, que não é capaz de explicar, sabe o que é preciso fazer. Há que aprender a deixar situações e pessoas irem, você não pode carregar todo esse peso com você. Há que aprender a deixar-se ir, dar adeus a pessoas, planos. Acontece que você não conhece outra forma de viver que não seja controlando, se apegando, se prendendo, interpretando. Você se perdeu nessas máscaras, roteiros, caminhos alheios. Ei, você esqueceu quem é você! Mas você sabe quem não é, você não é
essas identidades, você não é essas personas. Ei , desperte!!!Você é o que é. E simplesmente precisa ser. Apenas permita-se ser.

Conforme você vai dando seus passos, deixa para trás os EUs que havia aceitado como sendo você, ainda que saiba que nada disso é você, doí largar, mas ´tá tudo bem que você sinta medo, ´tá tudo bem que precise de umas pausas para se restabelecer, ´tá tudo bem que você derrame umas lágrimas. ´tá tudo bem que você resista e não queira largar algumas identidades. Tá tudo bem que você caia, sinta-se confuso, não saiba onde vai dar o próximo passo e se angustie. Tá tudo bem que você se sinta sozinho. Tá tudo bem que você não confie e queira desistir desse seu caminho e voltar. É hora de trabalhar a fé, a confiança, porque você sabe que não há nada lá atrás, o que há é o agora, você escolheu um caminho sem volta. Mas você sabe que não importa a confusão mental, a incompreensão, os inúmeros tombos, você vai sempre levantar e seguir, porque há uma canção ai dentro, que te conforta, te anima, faz você sentir, ainda que por um átimo perdido em um milésimo de segundo, quem você é, e o que veio fazer aqui.

Já faz algum tempo que você se sente tão bem no seu caminho, ‘ta tudo tão confortável, em paz. Então você pensa: acho que posso saltar uns degraus, acho que já posso alçar voos mais altos. você se lança...e, por mais inacreditável que pareça, você cai. E você não entende o motivo disso acontecer. Para você não faz nenhum sentido. É como uma peça de um quebra-cabeça alheio que veio parar em meio ao seu. É como uma grande piada do universo, em que você é o único que não está a rir. Pode ser que você tenha que aprender a pedir, aprender a aceitar ajuda. você se dá conta de que ser forte ou fraco não tem nada a ver com o conceito que estava no dicionário da vida que você leu. Percebe que engolir o choro desde criança não te fez mais forte, que cair não te tornou mais fraco. Que pedir ajuda não é sinônimo de fraqueza, assim como esconder suas dores, até mesmo de si não te dá uma super força. É. você percebe que vai ter que revisar algumas lições, que pensava já ter aprendido, mas só que não.

Você nota que esse seu caminho, de dentro para fora, não é medido em quilômetros, tempo, então não precisa atropelar seus próprios passos, a medida usada nesse seu caminho, são as aprendizagens e os ensinamentos. Apenas tenha calma, paciência. Ainda são seus passos iniciais. Você é como uma criança. Aquela criança que ao se sentir contrariada, esperneia, cai em prantos, cansa de chorar e adormece, logo depois, acorda renovada, cheia de energia, sorrindo, sem nem lembrar o motivo de tanto pranto, de tanto sofrimento. Acredite! você nunca está sozinho, é que quando você se abandona costuma se sentir assim, mas essas que aí estão, são as pessoas certas para o seu caminho, nem boas, nem más, você quem está dando máscaras a elas. Essa pessoa, assim como você, é o que é, pode levar um tempo, mas compreenderá. Assim como já compreende que nessa vida nada é seguro, nada é permanente. Que por várias vezes terá que se desfazer, se reconstruir. Que você está nesse processo de dar-se conta de si. Você não esta mudando, mas sim relembrando quem é. Respira! Não deixe a mente te arrastar. Esteja presente. Você está no local e com as pessoas que deveria estar. E como sabemos disso? Simplesmente porque você está aqui e não em um outro lugar.
Maíra Maia ; )

domingo, 25 de novembro de 2018

borboleta Azul


Miguel Nenevé – num domingo

                                       à pessoa que acolhe a borboleta que nela habita.
                                 
Era uma borboleta
Nem branca nem preta
Mas azul cintilante
Junto à cachoeira
Dançava faceira
Viva e vibrante

O inseto brilhante
Num voo rasante
Risca a corrente
Desce ao fundo
Visita outro mundo
Tão diferente.


Borboleta , me diga
Se é minha amiga
 os segredos da água|
Me fale também
no mundo do alem
há dores e mágoas.?

Borboleta animada
 como se nada
em uma cascata?
Como mergulhar
voltando a voar
livre na mata?

 Sobre a essência
e a impermanência
quanta reflexão!
o voar e o nadar
sorrir, bubuiar
com gratidão.!

Oh Papillon,
da cor da leveza
de certa incerteza
me deu  uma lição:
de encanto e beleza
de Deus natureza...
de fé e afeição

 Escrevi este poema baseado no que eu vi , quando juntamente com Miguel Navarro observávamos a Cachoeirinha e vimos um linda borboleta azul ser colhida pela queda d´água. Quando pensávamos que ela tinha morrido, eis que surge das águas...voando para o alto.. Um caso de ressureiçao...Sem dúvida...Achei que deveria escrever. E li o poema em um Luau no dia 23/11/2018....Na Cachoeirinha....


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Asas para voAR

Asas não se  partiram
Mas partiram para o alto
Para o longe
 em combinação
Com o  coração
Com a liberdade do AR
De simplesmente VOAR


A borboleta auzl
Sabe ser bela
Entre o céu e o chão
Borboleta de luz
Na sua mansidão
Respingou no ambiente
De desapego,
De desprendimento
De flutuar
No seu momento...
Leve, solta
Ao sabor do vento...

Borboleta tão  breve
Passou e deixou

Um toque de elegância
Um sopro de fé
 ar de fragrância
.................
Papillon, passou
Frágil, ligeira
Lépida, faceira
Convidou-me a amar
A vida por inteira


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Domingo, 11 de novembro.